
A Meia de Floripa foi SENSACIONAL. É até difícil encontrar palavras para descrever a nossa segunda participação em meias maratonas, mas entre tantas coisas boas desta prova, uma merece destaque: Correr em casa e entre amigos, não tem preço!
A segunda etapa do nosso Projeto Casal 21k tinha objetivos totalmente diferentes da primeira. Nossa experiência em NY foi espetacular, estreiar nos 21km correndo pelas ruas da Big Apple é uma história que ficará marcada em nossas vidas para sempre, mas lá nosso objetivo era curtir, correr para completar em menos de 2:30:00 e terminarmos juntos. Já para Meia de Floripa, decidimos levar a coisa mais a sério e realmente testarmos nossa resistência e velocidade numa meia maratona.
No entanto, aos poucos fomos percebendo que as diferenças entre as duas meias não estavam somente nos nossos objetivos, mas também no ambiente que encontraríamos antes, durante e depois da corrida. Em NY, era aquela felicidade íntima de nós dois, erámos dois desconhecidos em outro país, felizes por estar em uma cidade maravilhosa em meio a 15.000 pessoas para correr uma meia maratona. Aqui em Floripa, estávamos em casa, era acordar tomar um café da mesma forma que fazemos todos os dias da semana e ir correr 21km ali na Beira-mar.
Logo que chegamos no local da prova, lá pelas 6:30am, fomos encontrando as mesmas “figurinhas carimbadas” de sempre e aos poucos fomos descobrindo que toda aquela ansiedade pré-prova que sentimos na estreia longe de casa, seria substituída desta vez por bons “bate-papos” e a companhia dos amigos. Fizemos o aquecimento e alongamento antes da prova com toda equipe da Newpace, a presença e apoio da Mariana, nossa treinadora, e a estrutura que a assessoria nos proporcionou antes e depois da prova foi muito importante para nos dar tranquilidade e confiança para encarar o desafio.
Ao longo da semana a previsão do tempo anunciava chuva para o domingo e todo mundo se preparou para o pior, mas felizmente os meteorologistas erraram. O domingo amanheceu nublado, a chuva e o vento não vieram, e a temperatura entre 17 - 20ºC completou o cenário perfeito para se correr uma meia maratona.
O mar de gente aguardando a largada era empolgante, segundo a organização foram 7.452 inscritos, com presença de corredores dos mais variados estados do Brasil. Se não fosse a Maratona de São Paulo que aconteceu no mesmo dia, certamente a Meia de Floripa teria recebido muito mais gente. De qualquer forma, este evento que está na sua segunda edição, já é um dos maiores eventos esportivos de Santa Catarina e do Sul do Brasil.
A largada atrasou 10 minutos, mas nada que atrapalhasse, o espaço era suficiente e na hora que soou a buzina demoramos apenas 1 minuto para cruzar o tapete e disparar o cronômetro rumo aos 21km. Eu e a Jú passamos o tapete juntos, mas desde o início cada um foi no seu ritmo. Veja a partir de agora como foi a Meia de Floripa para cada um de nós.
A Meia de Floripa do Guilherme
Como já tinha planejado, fiz os 3 primeiros quilômetros despreocupado, sem forçar. Aproveitei a descida da ponte depois do 3º km para começar a aumentar o ritmo e já no 4º km estava confortavelmente fazendo um pace de 4:50/km. Minha meta era terminar em torno de 1:50:00, um pace de 5:10/km de média me garantia esse tempo, pensando nisso resolvi maneirar no ritmo e correr mais “solto”, porém incrivelmente o pace não diminuía e eu mesmo sem fazer muito esforço continuava rodando a 4:50/km.
Quando passei pelo km 7, me dei conta de que poderia fazer a corrida da minha vida, já estava num pace constante de 4:50 e resolvi ir um pouco mais forte. A partir do 9º km já fazia pace próximo de 4:40/km, e cheguei na metade da prova com o meu melhor pace de toda corrida, 4:34/km. Mas aquilo não era algo permitido pra mim, pra ser sincero fiquei preocupado de estar forçando demais e comprometendo o final da prova. Decidi aliviar um pouco e voltar para o pace entre 4:40/km e 4:50/km, tentando mante-lo até onde desse.
Aguentei até o 18º km, quando tive que encarar a subida da ponte novamente, foi o pior momento da prova. Com as pernas cansadas, aquela subida que de carro parece plana, me fez sentir como se estivesse subindo o Everest. Por alguns instantes achei que teria que caminhar, mas diminui o passo e fui em frente. Naquele momento pensei que como já tinha ganho todo tempo do mundo na beira mar norte, não teria problema perder algum tempo naquela subida. No fim meu pace não foi tão ruim assim e completei o km 18 com pace em 5:10/km.
De volta ao continente, faltavam apenas 2,5km pela beira mar do estreito para completar a meia maratona. Resolvi então acelerar novamente e ir até o final gastando o gás que tinha, voltei para um pace entre 4:30 - 4:40/km. A minha alegria em conseguir correr muito bem mesmo depois de 20km era gigantesca, o meu desempenho acabou sendo uma grande surpresa para mim mesmo.
Terminei a prova em 1:43:18, 7 minutos abaixo do tempo que eu pretendia e 30 minutos a menos que meu tempo na primeira meia maratona. Depois de cruzar a linha de chegada, olhei para o cronômetro e não sabia nem como comemorar, atingir esse tempo, meu recorde pessoal mundial em meias maratonas, foi uma das conquistas mais gratificantes que já tive.
A Meia de Floripa da Juliana
Largamos em bando com a galera da newpace, mas logo logo cada um foi imprimindo seu ritmo e o grupo foi se dispersando. Tive o privilégio de contar com a companhia da amiga Denise por quase todo o percurso, o que me deixou mais confiante, pois sabia que se conseguisse acompanhá-la, faria uma boa prova. Nos 3 primeiros quilômetros, mantive um pace em torno de 6min/km até me sentir aquecida.
A partir da descida da ponte em direção a Beira-Mar Norte, o pace baixou para 5:30/km, e em praticamente toda a Beira-Mar Norte (km 4 ao 16) mantive um pace entre 5:40 e 5:50 min/km. Sabia que para realizar meu sonho de completar abaixo de 2 horas, precisaria manter um pace médio de 5:40 min/km, mas mesmo assim não forcei mais por medo de “quebrar” antes do fim. Estava completamente confortável com meu ritmo, conseguindo acompanhar a Denise, enfim, curtindo muito!
Depois do km 16 comecei a sentir mais dificuldade em manter o ritmo. Já estávamos perto das pontes novamente quando diminuí o ritmo e decidi tomar mais um gel de carboidrato. Foi a partir deste ponto que a Denise continuou com força e alegria total e eu caminhei um pouco enquanto me alimentava e me hidratava, juntando forças pra terminar minha segunda meia, agora sozinha. O km 17 foi o mais lento de todos, com um pace de 6:45. A subida de volta da ponte foi muito dura, mas determinei que não caminharia novamente e assim mantive. O que eu mais queria neste momento era terminar logo, então juntei força não sei de onde e fui recuperando ritmo.
Quando passei pelo último posto de hidratação no continente, embaixo das pontes, olhei meu tempo e percebi que faltava pouco mais de 10 minutos para fechar 2 horas de prova. Então constatei que não conseguiria terminar em menos de 2 horas, pois estava a mais de 2km da chegada. Fiquei um pouco decepcionada, mas isso não me abalou. Pelo contrário, aumentei o ritmo pra recuperar tempo perdido. Meu último km foi o mais forte de todos, com pace de 5:11. De onde tirei forças? Sabia que faltava pouco e que o amor da minha vida e meus amigos já estavam me esperando para o resgate, caso eu chegasse mal.
Terminei os 21km em 2:03:33, não abaixo de 2 horas como eu sonhava, mas 10 minutos a menos que o tempo da primeira meia em NYC. Cheguei esgotada, mas muito satisfeita e feliz com meu desempenho! O resgate foi para comemorar a conquista, que é mais saborosa quando dividida com pessoas que amamos e queremos bem.
Mais uma etapa concluída.
Assim chegamos ao fim da nossa segunda etapa do Projeto Casal 21k. Duas meias maratonas já ficaram pra trás, quando começamos encarar de forma mais séria as corridas, não imaginávamos que conseguiríamos tanto em tão pouco tempo. É impossível não se viciar em algo que trás tanta alegria para nossas vidas.
Vamos em frente, temos mais uma meia pra fazer este ano, Amsterdam é o planejado, mas ainda não temos certeza se vamos conseguir viabilizar essa viagem, temos que “correr atrás” nos próximos meses, mas uma coisa é certa: o Casal 21k não vai parar, afinal Correr Vicia!

RESULTADOS OFICIAIS:
Juliana (F30-34)
Tempo: 2:03:33
Colocação Categoria: 36ª
Colocação por Sexo: 196ª
Colocação Geral: 1310ª
Guilherme (M30-34)
Tempo: 1:43:18
Colocação Categoria: 89º
Colocação por Sexo: 381º
Colocação Geral: 403º
REGISTROS DO GARMIN