terça-feira, abril 23, 2013

Até o limite…

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É o segundo ano consecutivo que quase acontece um óbito durante o revezamento Volta à Ilha.

Ano passado o atleta gaúcho Felipe Blumenthal Sequeira, 34 anos, passou mal enquanto corria um dos trechos mais difíceis no norte da ilha. Felipe ficou quase uma semana em coma no hospital, mas felizmente melhorou e salvou-se da morte.

Este ano, no posto de troca localizado na praia dos Açores, sul da ilha, outro atleta correu sério risco de perder a vida durante a prova. Flavio Sanhudo, teve um principio de parada cardíaca logo após terminar seu percurso. O atleta de 47 anos, foi prontamente atendido por integrantes do corpo de bombeiros que competiam na prova e estavam no posto de troca e por outros atletas que eram médicos. Foram quase 20 minutos de massagem cardíaca para mante-lo vivo até a chegada do Helicóptero de salvamento do Corpo de Bombeiros.

Flavio e Felipe, foram salvos pela excelente prestação de socorro que receberam. O Corpo de Bombeiros e os médicos lá presentes realizaram realmente o SALVAMENTO de duas vidas devido ao seu excelente trabalho. Verdadeiros Anjos da Guarda.

Tenho um pouco de aversão a aquela expressão: “O sofrimento é passageiro, desistir é para sempre!” , pode ser motivadora para muita gente, mas espero que não seja levada a risca, pois aguentar o sofrimento por muito tempo, pode obrigar a desistir pra sempre.

Atletas profissionais, possuem capacidade física e mental além do normal, o que permite que eles arrisquem mais. O corpo deles é preparado pra isso, por isso são profissionais.

Mas quantos de nós são parte dessa elite? Se alguém respondeu, eu!, muito obrigado pela visita, e deixe seu autografo aí nos comentário faz favor! - Mas se você respondeu, eu não!, pode continuar lendo.

No mundo dos amadores, colocar a vida em risco, ou até mesmo agravar alguma lesão em prol da vaidade de chegar em determinado tempo ou mostrar que é capaz de superar limites, parece um pouco sem sentido.

Todo mundo deve ter metas, todo mundo deve buscar seus RPs, isso faz com que a gente levante a bunda do sofá e nos obriga a treinar. Mas fazer isso com saúde e sorriso no rosto é muito mais gratificante do que terminar fazendo careta e passando mal.

Quero fazer meu sub-45 nos 10km ou então os sonhados sub-1:40 na meia maratona, vou fazer força pra alcançar essas metas, mas não está nos meus planos fazer isso sofrendo além do limite, não será na base do custe o que custar!….no meu objetivo está escrito: terminar feliz. Prefiro não alcançar a meta e continuar correndo, do que ter um lindo recorde e não poder nem comemorar.

Não sei se os dois atletas que quase morreram, estavam seguindo esta filosofia kamikaze do “não desista nunca”, “vá além do limite”, mas o que aconteceu me fez refletir sobre o assunto.

Praticar esporte de forma saudável, é praticar esporte de forma consciente.

LEIA ABAIXO O DEPOIMENTO DO BOMBEIRO EDUARDO MELLO E DO DR. CRISTIANO QUE AJUDARAM NO SALVAMENTO:

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12 comentários :

  1. Eu tenho o lema: "Never ever give up"... mas saber quais são nossos limites, é tão importante quanto qualquer lema.
    Meu corpo sempre responde aos estímulos e aprendi a reconhece-los, por isso seu qual é o meu limite.

    Acho q alguns não entenderam muito bem isso, e atropelam qq sinal do corpo!! Acaba dando nisso!! =(

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    1. As expressões e frases são motivacionais, e não devem passar disso. A percepção de limites é individual e na minha opinião deve ser respeitada!

      Abraço Carol!

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  2. Ótima análise Guilherme!
    Concordo com sua opinião. Acho que com a experiência o corredor vai aprendendo a escutar melhor seu corpo e aprendendo a respeitar os limites. Acredito ainda que em provas de revezamento a vontade ajudar a equipe faz o atleta passar do limite.

    No meu caso, acho que preciso de algum tempo para ganhar essa experiência. Percebo que as vezes exagero sem necessidade. Não chego a passar dos meus limites, mas tem provas que o plano é somente participar da diversão e acabo forçando e atrapalhando o programa de treinamento. Espero ir aprendendo com esses erros.

    Abraços

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    1. Bem lembrado Danilo, o fato de ser uma prova em equipe, faz com que ninguem queira ficar com o peso de ter prejudicado os "amigos". Mas até onde isso vale a pena?
      Já terminei provas quase no limite, e posso dizer, prefiro não sentir aquela sensação de novo. É como você falou, a gente vai aprendendo com o tempo...

      Abração

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  3. Cada vez menos eu gosto da frase NO PAIN NO GAIN. Estou tendo GAIN sem PAIN.

    Mas assim, se for durante ou lá no final da prova e o recorde tiver quase ao alcance, o céu é o limite e azar do que vier depois.

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    1. Pois é Enio....minha opinião é clara....acho que treinar muito é o caminho...se quiser fazer 21km..tem que estar preparado para 30km e por aí vai. É pra chegar sobrando que treinamos, e não pra chegar no limite.

      Abraço

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  4. O atleta que passou mal no ano passado, na verdade estava com leptospirose e não sabia, isto fez com que houvesse uma reação em seu organismo e os niveis de creatinina explodiram o levando ao estado de coma. Mas muito interessante seu comentario sobre os limites individuais. Felizmente os dois sobreviveram. Valeu.

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    Respostas
    1. Obrigado pela informação Marcelo....não sabia da enfermidade do Felipe antes da prova.
      Acho que os limites devem ser respeitados para que o prazer por correr continue pra sempre.

      Abraço

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    2. Caraca eu também não sabia sobre a verdade desse caso. Já tinha até lenda urbana de que foi o "gel de carboidrato" que deu um piripaque no rapaz.

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  5. Olá Guilherme,

    No ano passado escrevi um post sobre o caso na Volta à Ilha. Este ano aconteceu novamente.
    Acredito que precisamos nos preparar para participar de qualquer prova e para estas de maior intensidade a preparação deverá ser mais rigoraosa.
    De qualquer forma o preparo é fundamental e deverá ser adequado ao tipo de prova que iremos participar. E, ainda, cada um sabe e deve respeitar os seus limites.

    Valeu !
    ET: també tenho um blog (sou bloqueiro)
    Estou seguindo o teu blog e adicionei nos meus favoritos.
    Se puder me faça uma visita.

    Abraços,

    Julian
    http://www.julianrunner.com.br/

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    1. Treinar, Treinar, Treinar.....nenhuma medalha tem muito valor se por trás dela não tiver muuuuiiiitttoooo treino e dedicação. A história de uma medalha começa nos treinos!!!!

      Abraço e já estou acompanhando seu blog tb!

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  6. Concordo com você Guilherme, “O sofrimento é passageiro, desistir é para sempre!” já se tornou um pensamento arcaico no esporte.
    O importante é ter um acompanhamento com um profissional do esporte e outro com seu médico.

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Obrigado por visitar o Blog Correr Vicia!!
Fique a vontade para deixar seu comentário, sua opinião é muito importante, e sempre bem vinda!!!

Um Abraço
Guilherme Preto

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