quarta-feira, agosto 22, 2012

Correndo em Rio Grande/RS

Esta semana estou em Rio Grande/RS, cidade na qual cresci e morei até concluir a Faculdade de Engenharia Civil. Apesar de ser uma cidade de aproximadamente 200mil habitantes, e com algumas peculiaridades como a Praia do Cassino, o Porto e ter sido o berço do estado do Rio Grande do Sul, está  longe de ser um destino turístico.

Mas é nesta cidade histórica que ainda moram a maior parte das pessoas que vivenciaram a minha formação, que me viram crescer, errar e acertar, até me tornar quem sou hoje, por isso é impossível quebrar esse vínculo. Cada canto dessa cidade tem uma história minha pra contar.

A grande mágoa que tenho daqui é com a eterna falta de incentivo a prática de esportes. Perdi a conta das vezes que eu e meus amigos de adolescência éramos expulsos das quadras de basquete pelos “responsáveis” para simplesmente ficarem vazias.

Quando o professor e guerreiro do esporte riograndino Nerocy Miranda, o “Macaco”, conseguiu com suas forças montar um time de basquete sub-23, o único horário que nos cederam na quadra do IAC era das 23 à 01 da madrugada (não tinha nada antes!), mesmo assim abraçamos a causa e íamos todos juntos aproveitar a oportunidade. Porém 6 meses depois, antes de um treino ele nos reuniu na arquibancada do ginásio para nos dar a notícia de que não queriam mais a gente treinando ali. Motivo? Até hoje não sei, pois até a conta de luz nos propusemos a pagar. Eu tinha 16 anos e me lembro arrepiado da imagem do “Macaco” emocionado ao nos dar a notícia.

A prefeitura chegou a construir um lindo Ginásio naquela época, porém nunca abriram o espaço para nós, mesmo tendo adquirido tabelas de basquete profissionais, que mais tarde fiquei sabendo que nunca foram usadas. Vi essa falta de incentivo se repetir com vários outros esportes.

Consequência? Não conheço ninguém da minha geração que tenha seguido na vida do esporte, e muitos dos amigos que encontro por aqui estão bem acima do peso e com vícios ruins como tabagismo e alcoolismo.

Muito por causa desse cenário e de vários outros detalhes que não cabem em um post, meu grande sonho de adolescência era sair de Rio Grande, o que finalmente aconteceu em 2005, quando fui de “mala e cuia” para a Ilha da Magia, Florianópolis dar sequência na minha vida.

Essa é a primeira visita que faço a Rio Grande depois que comecei a correr, e como para correr só preciso das ruas, fiz questão de trazer meus tênis e garmin para realizar meus treinos da semana por aqui. Não poderia perder essa oportunidade de ver Rio Grande do ponto de vista de um corredor.

Durante o primeiro treino, que realizei ontem, senti muita dificuldade de encontrar um percurso tranquilo para correr, além disso o vento tradicional da cidade atrapalha mais do que muitos morros de Floripa, mas quando completei os 10km fiquei com a sensação de missão cumprida e feliz de depois de algum tempo ter derramado novamente meu suor em solo Riograndino.

Dá uma olhada aí como foi meu treino:

3 comentários :

  1. Como já disse pra JU quando ela estava em Brasília: nao existe lugar melhor que Floripa Gui.. Volta logo.. Muito bom o post...... Hernandes Alves

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  2. Fostes pela Estrada da Barra... excelente escolha, principalmente pela vista espetacular que tens da cidade na volta, pela Ponte dos Franceses. Posso te sugerir? Desce a Barão até o Canalete, direita, pega a Av. Portugal até a Henrique Pancada e vai até o último pontilhão (entrada da rua do antigo Jockey Clube). Deve dar uns 10,8Km. :-)

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  3. Emocionante seu relato, Guilherme.
    Aquilo que vem da carne sempre tem mais intensidade. Parabéns pelas palavras.
    Niterói (RJ) desde de que me entendo por gente vai justamente na direção oposta a narrada por você. Aqui, para você não querer fazer esporte é uma opção pessoal. A diversidade transpirar na cidade. Esportes de luta, de praia, coletivos, individuais... seriam mais fácil pegar as provas olímpicas e dizer o que não se dá para fazer. Porém, nem por isso os sedentários foram extintos por aqui, seja na família ou entre amigos.
    Mas não desamine. Persevere. O exemplo é e será sempre nossa maior ferramenta de transformação.

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Um Abraço
Guilherme Preto

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